quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Lord Byron - Don Juan - CANTO VIII - I2

Caros leitores, segue a postagem celebrando o dia em que George Gordon Lord Byron nasceu, 22 de janeiro de 1788, Holles Street, Londres. Um fragmento de Don Juan. Tradução de Augusto de Campos.


Don Juan 


From CANTO VIII


Three hundred cannon threw up their emetic,
And thirty thousand musket flung their pills
Like hail, to make a bloody diuretic.
Mortality! thou hast thy monthly bills;
Thy plagues, thy famines, thy phyisicians, yet tick,
Like the death-watch, within our ears the ills
Past, present, and to come; -- but all may yield
To the true portrait of one batlle-field;

(Poema: Lord Byron)

Centenas de canhões jorram, eméticos;
Mil mosquetes, suas pílulas fatais,
Granizo de sangrentos diuréticos.
Mortais, os homens têm contas mensais,
Pragas, fomes. Os médicos, mais céticos,
No seus relógios contam nossos ais
Passados e atuais até a mortalha.
Mas nada iguala um campo de batalha.

(Tradução: Augusto de Campos)



domingo, 11 de janeiro de 2015

Lord Byron - Don Juan - Digressões

Caro leitor, segue "Do CANTO VIII" de Lord Byron! Tradução de Augusto de Campos!


From CANTO VIII

I

Oh blood and thunder! and oh blood and wounds!
These are but vulgar oaths, as you may deem,
Too gentle reader! and most shocking sounds:
And so they are; yet thus is Glory´s dream
Unriddled, and as my true Muse expounds
At present such things, since they are her theme,
So be they inspirers! Call them Mars,
Bellona, what you will -- they mean but war.

(Lord Byron)


Do CANTO VIII

I

Trovão e sangue! E mais sangue e feridas!
Não passam de patéticos clamores,
Caro leitor, bravatas compungidas.
Só isso, já que todos os horrores
Levam à glória. As honras indevidas
Devo expor. Chamem seus inspiradores
Belona ou Marte, o resultado é: guerra.
Não há maior desgraça sobre a terra.

(Tradução: Augusto de Campos)




segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Álvares de Azevedo - Meu Sonho / O Fantasma

Caro leitor, segue um post sobre o brilhante poeta Álvares de Azevedo! 

Álvares de Azevedo (1831-1852).


MEU SONHO

EU

Cavaleiro das armas escuras,
Onde vai pelas trevas impuras
Com a espada sanguenta na mão?
Por que brilham teus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes?
Vertem fogo do teu coração?

Cavaleiro, quem és? o remorso?
Do corcel te debruças no dorso...
E galopas do vale através...
Oh! da estrada acordando as poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?

Onde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?...
Tu escutas... Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?

Cavaleiro, quem és? -- que mistério,
Que te força da morte no império
Pela noite assombrada a vagar?

 O FANTASMA

Sou o sonho de tua esperança,
Tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!...

(Escrito por Álvares de Azevedo)

Segundo Machado de Assis, fundador da Academia Brasileira de Letras,

"Em tão curta idade, o poeta da Lira dos Vinte Anos deixou documentos valiosíssimos de um talento robusto e de uma imaginação vigorosa. Avalie-se por aí o que viria a ser quando tivesse desenvolvido todos os seus recursos."
(Crítica Literária, 1866.)

Álvares de Azevedo é patrono da cadeira nº 2 da ABL.