domingo, 11 de outubro de 2015

Ecos Pálidos do Silêncio - Poema de Jorge Luiz de Oliveira

Leitores, segue um poema meu!


Ecos Pálidos do Silêncio

(Autor: Jorge Luiz de Oliveira)

Ao ouvir Música, meu Silêncio é morto.
Os Sons, ouço os Ecos de Tortura de remorso mortal.
Um Pesar Atroz oriundo dos Umbrais Melancólicos da Alma!
Um Pavoroso uivo ecoa pelo Tempo!
Eis meus Ecos pálidos do Silêncio!

Anjos e suas Harpas Satânicas me espreitam à Noite!
Faça-me rir, agora o sorriso agonizante da mente que mente sob a vela que acende!
A última Prece antes dos olhos cerrar...
Luz, Noite, o clarão nos contorce e queima!

Somos Filhos do remorso?
Ou Tiranos que puxam as cordas e disseminam suas turbulências?

(Poema escrito por Jorge Luiz de Oliveira)



quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Olavo Bilac - Dualismo

Leitores, segue um poema de Olavo Bilac (1865-1918), o "Príncipe dos Poetas Brasileiros" que, com Alberto de Oliveira e Raimundo Correia compôs a "Trindade Parnasiana". Habilidoso por conciliar virtuosismo formal e o domínio da técnica parnasiana com uma vocação romântica.


DUALISMO


Não és bom, nem és mau; és triste e humano...
Vives ansiando, em maldições e preces,
Como se, a arder, no coração tivesses
O tumulto e o clamor de um largo oceano.

Pobre, no bem como no mal padeces;
E, rolando num vórtice vesano,
Oscilas, entre a crença e o desengano,
Entre esperanças e desinteresses.

Capaz de horrores e de ações sublimes,
Não ficas das virtudes satisfeito,
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:

E, no perpétuo ideal que te devora,
Residem juntamente no teu peito
Um demônio que ruge e um deus que chora.

(Olavo Bilac)



quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Fernando Pessoa - "Citações - Alegria; Além"

Leitores, seguem citações de Fernando Pessoa! Extraídos da obra de José Paulo Cavalcanti Filho: "Fernando Pessoa - o livro das citações".

"Além"

"Emissário de um rei desconhecido,
Eu cumpro informes instruções de além."

(F. Pessoa - "Passos da cruz")


"Alegria"

"A minha alegria é tão dolorosa como a minha dor."

(F. Pessoa - Livro do desassossego, Bernardo Soares)


"Se sou alegre ou se sou triste?
Francamente, não o sei
A tristeza em que consiste?
Da alegria o que farei?"

(F. Pessoa Sem título)